História das Copas do Mundo: Suécia - 1958
 

Reprodução 1958, Pelé comemorava seus gols com "socos no ar"
 

O Brasil ganha o mundo!

Um time indefinido e desorganizado. Quatro técnicos (Zezé Moreira, Flávio Costa, Osvaldo Brandão e Sílvio Pirillo) em apenas quatro anos. Essa foi a seleção brasileira entre as Copas do Mundo de 1954 e 1958 após o fracasso na Suíça. De fato, não se esperava muito do Brasil na Suécia.

O clima só começou a melhorar no ano do mundial, quando o empresário paulista Paulo Machado de Carvalho propôs um plano de reorganização da equipe a João Havelange, então presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD). A partir de então, além do treinador, uma Comissão Técnica passou a apitar na montagem da seleção.

Isso foi de vital importância em 1958, pois o Brasil foi enviado ao país escandinavo com um grande time liderado por dois craques: Pelé e Garrincha.

Diferente da fórmula usada na Suíça, a FIFA optou por apenas um cabeça de chave em cada grupo na Suécia. Assim, todos jogavam contra todos em cada quadrangular.

O primeiro jogo do mundial, no dia 08 de junho, foi entre Irlanda do Norte e Tchecoslováquia. Vitória dos irlandeses por 1 a 0. Já os donos da casa começaram bem com um 3 a 0 sobre o México e carimbaram a passagem para a segunda fase com um 2 a 1 em cima da Hungria e um empate sem gols contra o País de Gales.


Seleção brasileira na Copa do Mundo de 1958 (Reprodução)

O Brasil estreou contra a Áustria também no dia 08 de junho. Ainda sem Pelé (contundido) e Garrincha (na reserva), a seleção canarinho utilizou a habilidade de José Alfini, o Mazzolla, e Nilton Santos, a “Enciclopédia”, para marcar três e impedir o time adversário de fazer gols.

Depois enfrentou a forte Inglaterra, também sem as duas principais estrelas. Foi um dos jogos mais disputados da Copa que terminou em 0 a 0. Pesou contra o Brasil a quantidade de gols desperdiçados.

O último desafio da primeira fase foi contra a União Soviética, campeã olímpica em Melbourne (1956). Finalmente Garrincha e Pelé entraram em campo, o que foi decisivo para o 2 a 0 marcados por Vavá contra o goleiro soviético Lev Yashim.

Mais uma vez o Brasil estava nas quartas-de-final e teria que passar pelo País de Gales para continuar sonhando com o título. E foi o que aconteceu. Com a ajuda precisa de Pelé, que marcou seu primeiro gol em Copas do Mundo e o único daquela partida, o País avançou na competição.

Os donos da casa, por 2 a 0, venceram a União Soviética e também continuaram esperançosos em erguer a Taça Jules Rimet. E ficaram ainda mais confiantes ao derrotarem a Alemanha Ocidental por 3 a 1 nas semifinais.

Já a seleção canarinho, antes da decisão, tinha a França no caminho. Foi um jogo técnico e com muitos gols: Vavá marcou para o Brasil aos dois minutos, Just Fontaine empatou para a França aos nove, Didi voltou a colocar o País à frente aos trinte e nove. No segundo tempo, Pelé mandou três para o gol francês, e Piantoni ainda diminuiu para os adversários. Resultado: 5 a 2 para o Brasil e a classificação para a final.

À França coube o 3º lugar após ganhar da Alemanha Ocidental por 6 a 3 com quatro gols de Fontaine, que se tornaria o artilheiro daquele mundial e o único jogador a marcar treze tentos em uma única edição de Copas do Mundo.

Mas o dia mais importante da competição de 1958 foi o 29 de junho, o dia da final. Brasil e Suécia jogaram no Estádio Raasunda. Sob chuva, os donos da casa abriram o placar aos três minutos. O empate só viria aos nove, quando Vavá aproveitou um passe magistral do ponta Garrincha e mandou a bola para as redes adversárias. A partir daí, a equipe desencantou e partiu para o ataque. Terminaria o primeiro tempo vencendo a Suécia por 2 a 1 (com mais um gol de Vavá).

 
Seleção brasileira dá a volta olímpica no Estádio Raasunda após vitória; pôster oficial

Na etapa final, o show: Pelé (aos dez e aos quarenta e cinco minutos) e Zagalo (aos vinte e três) selaram o destino da Taça Jules Rimet. A Suécia ainda marcaria um gol de honra aos trinta e cinco, mas o placar já estava fechado: 5 a 2 para o Brasil. O sonho de conquistar uma Copa do Mundo havia se concretizado.

Os jogadores receberam o trofeu das mãos do rei sueco, Gustavo VI, e foram aplaudidos pela torcida quando Pelé, Garrincha e toda a equipe deram uma volta olímpica no Estádio Rassunda.

Além disso, o capitão brasileiro, Bellini, criou um gesto mantido até hoje pelas seleções campeãs: o de erguer a taça após a vitória. E olha que, em 1958, a ideia era deixar o trofeu ao alcance das lentes dos fotógrafos.


Pelé chora após consquista do campeonato e é amparado por colegas (Reprodução)

Campanha brasileira na Copa do Mundo de 1958:

Primeira fase / Grupo 4:
BRASIL 3 X 0 ÁUSTRIA
BRASIL 0 X 0 INGLATERRA
BRASIL 2 X 0 UNIÃO SOVIÉTICA

Quartas-de-final:
BRASIL 1 X 0 PAÍS DE GALES

Semifinal:
BRASIL 5 X 2 FRANÇA

Final:
SUÉCIA 2 X 5 BRASIL

Trio de artilharia:

Fontaine (FRA) – 13 gols
Rahn (FRG) – 6 gols
Pelé (BRA) – 6 gols

Classificação final:

1º - BRASIL
2º - SUÉCIA
3º - FRANÇA
4º - ALEMANHA OCIDENTAL
5º - PAÍS DE GALES
6º - UNIÃO SOVIÉTICA
7º - IRLANDA DO NORTE
8º - IUGOSLÁVIA
9º - PARAGUAI
10º - TCHECOSLOVÁQUIA
11º - HUNGRIA
12º - INGLATERRA
13º - ARGENTINA
14º - ESCÓCIA
15º - ÁUSTRIA
16º - MÉXICO



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