História das Copas do Mundo: Espanha - 1982

 
ReproduçãoZico, um dos destaques da seleção canarinho de 1982
 

A Squadra Azurra derrota o futebol-arte do Brasil

A Copa do Mundo de 1982 foi realizada na Espanha com algumas novidades. Uma delas foi o número de seleções participantes, que passou de 16 para 24. Com essa nova formação, o mundial apresentou modificações na segunda fase: os 12 países que se classificavam eram divididos em quatro grupos de três. Depois, os melhores de cada quadrangular disputavam as semifinais.

O Brasil chegou fortemente cotado ao título. Uma nova geração de craques (como Edivaldo, Falcão, Júnior, Roberto Dinamite, Serginho, Sócrates, Toninho Cerezo e Zico), treinada por Telê Santana, encantava o mundo com um futebol-arte único.

E as vitórias começaram já na primeira partida: 2 a 1 sobre a União Soviética (gols de Eder e Sócrates) pelo Grupo 6. A seleção canarinho voltaria a brilhar nos jogos com a Escócia, vencendo por 4 a 1 (com gols de Zico e Falcão), e com a Nova Zelândia (com dois gols de Zico, um de Falcão e outro de Serginho). O Brasil se classificou com facilidade à segunda fase à frente da União Soviética, segunda colocada no quadrangular.

Já os donos da casa, no Grupo 5, estrearam contra a fraca seleção de Honduras, no dia 16 de junho, e não saíram de um empate em 1 a 1. A responsabilidade por jogar no próprio país e a pressão da torcida fizeram com que a Fúria entrasse em campo desestabilizada, o que contribuiu para resultados não satisfatórios na primeira fase. Os anfitriões chegariam a perder da Irlanda do Norte por 1 a 0 e só passariam à próxima etapa da competição com um 2 a 1 sobre a Iugoslávia.

Pelo Grupo 1, a Squadra Azurra conseguiu apenas empates em seus três jogos da primeira fase: 0 a 0 com a Polônia e 1 a 1 com Peru e Camarões. Os italianos conseguiram a classificação milagrosamente, ficando atrás dos poloneses.

Alemanha Ocidental e Áustria foram os dois países que garantiram lugar na última etapa do Mundial pelo Grupo 2. Esse mesmo quadrangular, aliás, apresentou a surpresa daquela Copa. A Argélia, em sua primeira participação, venceu o Chile por 3 a 2 e a bicampeã Alemanha Ocidental por 2 a 1. Os argelinos só não foram além no campeonato, entretanto, pois o saldo de gols da Áustria era mais generoso.

Os campeões argentinos também foram surpreendidos pela Bélgica no Grupo 3, perdendo de 1 a 0. À essa altura, Diego Armando Maradona já fazia parte da equipe, mas o craque brilharia apenas em 1986, no México. Pelo mesmo quadrangular, a Hungria executou a maior goleada da história das Copas do Mundo até hoje: 10 a 1 sobre o estreante El Salvador. Mas foi apenas nessa partida que os húngaros lembraram a grande geração de Puskas nos anos 1950, já que, na sequência, perderiam da Argentina (4 a 1) e empatariam com a Bélgica (1 a 1). Belgas e argentinos passaram para a segunda fase.

 
Mascote da Copa de 1982, "Naranjito"; pôster oficial do Mundial (Reprodução)

Finalmente, pelo Grupo 4, França e Inglaterra conseguiram passagem para a outra parte do campeonato após protagonizarem uma das mais importantes partidas daquele Mundial (3 a 1 para os ingleses).

Iniciada a segunda fase, a Polônia foi logo garantindo espaço nas semifinais ao vencer a Bélgica (3 a 0) e empatar sem gols com a União Soviética.

A Alemanha Ocidental também se classificou, acabando com os sonhos da Espanha em casa, ao vencê-la por 2 a 1, e também com os da Inglaterra, que só ficou no empate (0 a 0).

A França da grande geração de Alain Giresse, Dominique Rocheteau, Jean Tigana e Michel Platini também passou às semis, derrotando Áustria (1 a 0) e Irlanda do Norte (4 a 1).

Mas os melhores jogos da Copa de 1982 estavam no grupo formado por Argentina, Brasil e Itália. As equipes possuíam, juntas, seis títulos mundiais.


Seleção brasileira enviada à Copa do Mundo de 1982 (Reprodução)

A Azurra do técnico Enzo Bearzot, que não havia convencido na primeira fase, desencantou contra os argentinos com uma vitória por 2 a 1. Já os canarinhos deixaram os “hermanos” sem chances de continuar na disputa pela Taça FIFA após derrotá-los por 3 a 1 (gols de Zico, Serginho e Júnior). Maradona não se conformou, chutou Batista e ainda acabou expulso de campo.

A última partida foi realiza no dia 05 de julho de 1982 no Estádio Sarriá, em Barcelona. Frente a frente, Brasil e Itália, duas fortes equipes formadas por grandes craques, que se exibiram para um público de 44 mil pessoas. Aquela partida tinha tudo para se tornar histórica. E se tornou.

À seleção canarinho, pelo saldo de gols, bastava o empate; à Squadra Azurra, só a vitória interessava. Mas o jogo não começou muito bem para os tricampeões mundiais, pois, logo aos cinco minutos, Paolo Rossi abriu o placar para os italianos. A partir daí, a partida entraria num ritmo alucinante: o capitão Sócrates empatou aos doze; Paolo Rossi, novamente, colocou a Itália na frente aos vinte e cinco; Falcão devolveu as esperanças ao Brasil (vinte e três do segundo tempo); mas ele, Paolo Rossi, não deu espaço e fechou o placar aos vinte e nove minutos da última etapa: 3 a 2 para a Itália. A Squadra Azurra se classificava para as semifinais, e a seleção canarinho, uma das melhores da história dos mundiais, deixou a Espanha após a “Tragédia do Sarriá”, como ficaria conhecido aquele jogo, enquanto Paolo Rossi se tornaria um dos maiores carrascos do Brasil.


Carrasco do Brasil, Paolo Rossi dribla Júnior durante a "Tragédia do Sarriá" (Reprodução)

Terminada essa fase de grupos, as semifinais apresentariam os seguintes confrontos: Itália e Polônia; Alemanha Ocidental e França.

A Squadra Azurra surpreendeu mais uma vez e conseguiu um imaginável lugar na final após mandar os poloneses para casa (vitória por 2 a 0).

Já alemães e franceses protagonizaram um dos maiores jogos de todas as Copas, o qual também ficou marcado pela violência impune do goleiro da Alemanha Ocidental Herald Schumacher, que atingiu o jogador da França Patrick Battiston na prorrogação, deixando-o desacordado em campo.

O primeiro a abrir o marcador foi o meia Pierre Littbarski para a Alemanha Ocidental aos dezessete minutos do primeiro tempo. A França reverteu a situação apenas nove minutos depois (gol de Michel Platini), porém, como ninguém mais balançou a rede no tempo normal, o jogo foi para a prorrogação. Nos extras, os franceses abriram uma generosa vantagem com dois gols, um de Marius Tresor e outro de Alain Giresse. No entanto, a Alemanha não se abalou e conseguiu empatar (gols dos atacantes Karls-heinz Rummenige e Klaus Fischer). Com o término da prorrogação em 3 a 3, a partida teve que ser decidida nos pênaltis pela primeira vez na história das Copas do Mundo. A Alemanha Ocidental saiu vencedora por 5 a 4.

À França, que havia disputado sua segunda semifinal até então (a primeira havia sido em 1958), coube a disputa pelo terceiro lugar, da qual sairia derrotada por 3 a 2 da Polônia.

A final da Copa do Mundo de 1982 foi realizada no dia 11 de julho no Estádio Santiago Bernabeu, em Madrid. O primeiro tempo foi truncado e nenhuma das equipes conseguiu balançar as redes adversárias. Mas, na segunda etapa, a Itália saiu com tudo, marcando três gols (Paolo Rossi, Marco Tardelli e Alessandro Altobelli). Paul Breitner marcaria ainda um gol de honra para a Alemanha Ocidental, fechando o placar em 3 a 1. Após um início pouco confiante, a Itália se sagrava tricampeã mundial.

Campanha brasileira na Copa do Mundo de 1978:

Primeira fase / Grupo 6:
BRASIL 2 X 1 UNIÃO SOVIÉTICA
BRASIL 4 X 1 ESCÓCIA
BRASIL 4 X 0 NOVA ZELÂNDIA

Segunda fase / Grupo 3:
BRASIL 3 X 1 ARGENTINA
BRASIL 2 X 3 ITÁLIA

Trio de artilharia:

Paolo Rossi (ITA) – 6 gols
Karl-Heinz Rummenigge (RFG) – 5 gols
Zico (BRA) – 4 gols

Classificação final:

1º - ITÁLIA
2º - ALEMANHA OCIDENTAL
3º - POLÔNIA
4º - FRANÇA
5º - BRASIL
6º - INGLATERRA
7º - UNIÃO SOVIÉTICA
8º - ÁUSTRIA
9º - IRLANDA DO NORTE
10º - BÉLGICA
11º - ARGENTINA
12º - ESPANHA
13º - ARGÉLIA
14º - HUNGRIA
15º - ESCÓCIA
16º - IUGOSLÁVIA
17º - CAMARÕES
18º - HONDURAS
19º - TCHECOSLOVÁQUIA
20º - PERU
21º - KUAIT
22º - CHILE
23º - NOVA ZELÂNDIA
24º - EL SALVADOR



Crie um site gratuito Webnode