História das Copas: França - 1998
Craque da Copa e da final, maestro Zidane levanta taça FifaZidane derrota o Brasil
A Copa do Mundo de 1998 voltou à terra natal de Jules Rimet, idealizador da competição. E os franceses brigariam e muito pela taça.
Naquela edição do campeonato, a FIFA aumentou o número de vagas de 24 para 32, o que possibilitou a entrada de nações de outros continentes na disputa, como África do Sul, Jamaica e Japão - as emoções seriam maiores.
Iniciada no dia 10 de junho, o Brasil saiu logo vencendo a Escócia por 2 a 1 (gols de César Sampaio e Tom Boyd, que marcou contra). A equipe de Zagalo chegou à França como uma das favoritas ao título e contava com dois grandes craques em campo, que fariam a diferença em quase todas as partidas: Rivaldo e Ronaldo.
O futuro fenômeno faria seu primeiro gol em Copas do Mundo contra o Marrocos. Rivaldo e Bebeto fariam os outros e garantiriam o 3 a 0 e a classificação às oitavas. O Brasil, porém, perderia a última partida por 2 a 1 para a Noruega - e de virada.
Já os donos da casa não fizeram feio na primeira fase: venceram os três jogos (3 a 0 na África do Sul, 4 a 0 na Arábia Saudita e 2 a 1 na Dinamarca). Treinados por Aime Jacquet, os franceses possuíam uma das melhores gerações de jogadores de todos os tempos: Barthes, Blanc, Deschamps, Djorkaeff, Lizarazu, Guivarch, Henry, Leboeuf, Petit Trezeguet e, claro, Zidane, o jogador que teria vital importância em praticamente todos os jogos.
Os espanhóis, entretanto, foram a maior decepção daquela Copa. Começaram perdendo para a Nigéria por 3 a 2 e empatando em 0 a 0 com o Paraguai. Apesar do 6 a 1 sobre a Bulgária, as vagas nas oitavas ficaram com os nigerianos e os paraguaios.
 
Pôster oficial da Copa e 'Footix', o mascote do Mundial na França (Reprodução)
A Holanda de Dennis Bergkamp, por sua vez, foi bem na primeira fase e conseguiu classificar-se na frente do México, o segundo colocado.
Argentinos também não encontraram dificuldades no Grupo H, que concentrava, além dos hermanos, três estreantes sem expressão: Croácia, Jamaica e Japão. A outra vaga ficou com os croatas.
As oitavas-de-final tiveram início no dia 27 de junho com um duelo sul-americano: Brasil contra Chile. Com dois gols de César Sampaio e dois de Ronaldo, a seleção canarinho conseguiu mais uma vaga nas quartas. O tento de Marcelo Salas não mudou o resultado de 4 a 1, e os chilenos foram mais cedo para casa.
O sonho nigeriano acabou de forma melancólica nos pés dos dinamarqueses, que aplicaram o mesmo placar sobre os africanos. Desde 1998, os nigerianos não cosneguem mais passar à segunda fase.
A França, no entanto, pregou um susto em sua torcida: não conseguiu sair do empate no tempo normal com o Paraguai e só venceu graças ao gol de ouro de Laurent Blanc nos minutos finais do segundo tempo da prorrogação, colocando um ponto final na saga da equipe do goleiro Chilavert.
Já Inglaterra e Argentina fizeram de longe o melhor jogo das oitvas, se não o de toda a Copa.
Batistuta abriu o placar aos seis minutos do primeiro tempo de pênalti. Também através de uma penalidade, Alan Shearer empatou para os britânicos aos dez. Seis minutos depois, o pequeno craque Michael Owen colocou os ingleses na frente. A seleção de Sua Majestade se vingaria daquela fatídica partida em 1986 e do gol de mão de Maradona se Javier Zanetti não empatasse o jogo aos quarenta e seis da segunda etapa. A disputa acabou indo para os pênaltis. E aí deu Argentina: 4 a 3.
A primeira quarta-de-final foi entre França e Itália. Mais uma vez os donos da casa deixaram seus torcedores com o coração nas mãos. Após um duro empate em 0 a 0, as penalidades foram necessárias. Com um chute de Di Biagio no travessão, os franceses comemoravam outra semifinal após doze anos.
 
Protagonistas da Copa de 1998: Zidane e Ronaldo (Foto: AP e AE)
Os brasileiros também tiveram dificuldades contra a Dinamarca, mas não deram margem para a surpresa e passaram por 3 a 2.
A zebra mesma seria a Croácia. Com uma goleada de 3 a 0, a ex-república da Iugoslávia mandou para casa a tricampeã Alemanha. Um dos gols foi de Davor Suker, que acabaria se tornando o artilheiro do Mundial.
Por fim, a Holanda bateu a Argentina por 2 a1 com direito a um belo gol de Bergkamp nos minutos finais.
A primeira semifinal foi entre os canarinhos e os laranjas no dia 07 de julho. A partida foi uma das mais disputadas da Copa. Ronaldo marcou para o Brasil aos quarenta e seis do segundo tempo, mas Kluivert empatou nos minutos finais da segunda etapa. Sem mais gols, outro jogo acabou indo para os pênaltis. Foi aí que o goleiro Taffarel brilhou, defendendo duas cobranças, colocando o Brasil, novamente, na final.
Já a França continuava assustando sua torcida. Começou o jogo contra a Croácia perdendo por 1 a 0 (gol de Suker). Os donos da casa acordaram, e Thuram mandou duas bolas para o gol adversário. O placar final de 2 a1 colocava a França na final pela primeira vez.
Por esse mesmo placar, os croatas fizeram história ao derrotar os holandeses e conquistarem o terceiro lugar.
A final foi disputada no dia 12 de julho no Stade de France, em Saint-Denis, e quem a apitava era o marroquino Said Belqola, o primeiro árbitro africano a comandar uma final.
Nas vésperas da decisão, surgiram boatos de que o astro canarinho, Ronaldo, havia sofrido uma convulsão, o que, certamente, comprometeria o desempenho do time. O caso nunca foi esclarecido, mas o Camisa 9 estava em campo e iria tentar o penta junto com Cafu e Rivaldo.

Ronaldo fica no chão após se chocar com o goleiro Barthez (Foto: AE)
O jogo não saía do 0 a 0 até que Roberto Carlos mandou um chute para fora e concedeu um escanteio aos franceses. A bola aérea foi em direção à cabeça de Zidane, que não vacilou, venceu Taffarel e deixou a França com a mão na taça.
Zidane, novamente em uma cobrança de escanteio, faria o segundo gol, enquanto Petit, no último minuto de jogo, aproveitou um contra-ataque e balançou as redes brasileiras.
O placar de 3 a 0 colocou os franceses no quadro de campeões do mundo, enquanto Zinedine Zidane se transformou em um dos maiores carrascos do Brasil.
A história, entretanto, seria diferente, quatro anos depois, para as duas seleções na Copa da Coreia do Sul/Japão.
Campanha brasileira na Copa do Mundo de 1998:
Primeira fase / Grupo A:
BRASIL 2 X 1 ESCÓCIA
BRASIL 3 X 0 MARROCOS
BRASIL 1 X 2 NORUEGA
Oitavas-de final:
BRASIL 4 X 1 CHILE
Quartas-de-final:
BRASIL 3 X 2 DINAMARCA
Semifinal:
BRASIL 1 (4) X (2) 1 HOLANDA
Final:
FRANÇA 3 X 0 BRASIL
Trio de artilharia:
Davor Suker (CRO) – 6 gols
Christian Vieri (ITA) – 5 gols
Gabriel Batistuta – 5 gols
Classificação final:
1º - FRANÇA
2º - BRASIL
3º - CROÁCIA
4º - HOLANDA 
5º - ITÁLIA
6º - ARGENTINA
7º - ALEMANHA
8º - DINAMARCA
9º - INGLATERRA
10º - IUGOSLÁVIA
11º - ROMÊNIA
12º - NIGÉRIA
13º - MÉXICO
14º - PARAGUAI
15º - NORUEGA
16º - CHILE
17º - ESPANHA
18º - MARROCOS
19º - BÉLGICA
20º - IRÃ
21º - COLÔMBIA
22º - JAMAICA
23º - ÁUSTRIA
24º - ÁFRICA DO SUL
25º - CAMARÕES
26º - TUNÍSIA
27º - ESCÓCIA
28º - ARÁBIA SAUDITA
29º - BULGÁRIA
30º - COREIA DO SUL
31º - JAPÃO
32º - ESTADOS UNIDOS
